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Usina Hidrelétrica de Salto Grande, hoje também com o nome de Usina
Governador Lucas Nogueira Garcez, foi construída no barramento do Rio
Paranapanema e de seus afluentes, rio Novo e o Ribeirão dos Bugres. A autorização para construção da Usina ocorreu em 1949 e veio
diretamente do governador do estado de São Paulo, na época Adhemar de
Barros. Para garantir e ampliar o fornecimento de energia elétrica para a
região do Paranapanema, o governo modificou o projeto, definindo a
construção de uma usina maior.
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Prefeito Walter Ribeiro Homem e comitiva com o governador Lucas Nogueira Garcez visitando as obras da Usina. |
Para isso foi necessário financiamento
internacional, pois todos os equipamentos mecânicos e elétricos foram
importados da França e dos Estados Unidos. As obras civis de Salto Grande começaram em 1951 e a inauguração ocorreu
em 28 de abril de 1958, com a presença do então presidente da república,
Juscelino Kubitschek, e do governador do estado de São Paulo, Jânio
Quadros. Mas a usina somente começou a operar com carga máxima em abril de 1960,
quando o último grupo gerador entrou em operação. Com isso, a potência
instalada da usina passou a ser de 68 MW.
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Montagem das turbinas em 1957. |
Contudo, para que a usina fosse construída em Salto Grande, uma vasta área teve
de ser sacrificada em nome do progresso. Lugares pitorescos da região,
como cascatas, cachoeiras, a ponte do Canal do Inferno, o Castelo
Branco, a antiga ponte pênsil e varias outras belezas da cidade, foram
cobertos pelas águas. Porém, a usina foi a chave, o grande passo, para o
progresso do município e de toda a região, pois, além da oferta de
energia acelerar o desenvolvimento industrial e a eletrificação de
atividades rurais, foi a primeira usina hidrelétrica planejada e executada com recursos nacionais em São Paulo. A obra foi tão imponente que foi necessário a construção de uma vila residencial para abrigar os operários e suas famílias durante a construção.
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Foto da construção da barragem da usina. |
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Construção do vertedouro, comparando o tamanho dos operários à grande construção. |
Com a construção da usina, a estrada de ferro teve de ser desviada,
pois as água atingiam os trilho. Salto Grande representou um marco
significativo na história do desenvolvimento paulista e brasileiro, produzindo Know-how, além de energia elétrica.
Com a chegada da usina, além de levar energia elétrica à população do
campo e da cidade, hoje o turismo é um grande incentivo para o seu
desenvolvimento, pois a Usina é um dos principais atrativos turísticos
da cidade e fonte de recursos econômicos do município.
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Presidente Juscelino Kubitschek e, à direita, o governador Jânio Quadros na inauguração. |
Uma curiosidade é que até a construção de Salto Grande, todas as usinas tinham seus
equipamentos pintados de cores neutras, normalmente cinza ou verde
oliva. Foi ideia do arquiteto da Uselpa, Hélio Pasta mudar a cor dos
equipamentos, que declarou:
“Logo de início, decidindo como pintar a casa de
força, raciocinei que dentro de uma usina, o que há de mais importante
são os equipamentos que geram energia, e resolvi pintar os equipamentos
com uma cor forte e deixar o resto com uma cor mais abatida. Foi uma
luta conseguir convencer que o gerador devia ser pintado de vermelho.
Chegavam para mim e diziam. “Máquinas são cinzas ou verde oliva. Vá a
Cubatão [onde havia a maior hidrelétrica de São Paulo até então] e olha
lá: é verde oliva”.
Vila Residencial
Na margem paulista do rio Paranapanema, ao lado do reservatório, foi
construída a vila residencial da Usina, que abrigava as famílias dos
funcionários responsáveis pela operação e manutenção da usina, com vida
social organizada na própria sede. Eram 32 residências, capela e um clube
recreativo ao centro de um parque ajardinado. Posteriormente a vila foi
desocupada e transformada no Hotel Pousada Salto Grande.
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Vila Residencial.
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